sábado, 23 de abril de 2011

Nós somos os índios de ontem




"Quem me dera ao menos uma vez, ter de volta todo ouro que entreguem a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade,... nos deram espelhos, e vimos um mundo doente".

Primitivos nesta terra, os índios retratam uma história de inocência e igenuidade perante os espertos portugueses que aqui chegaram, dizendo, terem descoberto o Brasil.

Com uma caravela recheada de homens muito mais perigosos do que se imagina, tais desbravadores, ludibriaram os tupi-guaranis com presentes e iguarias de sua terra branca.
Segundo a história, espelhos e apetrechos para vestimenta e peças de culinária eram os mais preferidos pelos índios bobinhos, que não percebiam a verdadeira intenção dos peles brancas.
E assim, está escrito... e quinhentos e onze anos se passaram.

Hoje, 19 de abril, Dia do Índio, não há o que comemorar. Índio é minoria! Em tese sim. Mas na prática não.

Nós nos tornamos os índios de outrora. Nós, refiro-me aos negros, brancos, amarelos, pardos, homens, mulheres, jovens e adultos, ou qualquer que seja a sua denominação.
A massa brasileira é toda índigena, por que é inocente, ingênua... (entre aspas) "bobinha"!
Enagnada pelo novo grupo de portugueses titulados de políticos. Elementos que "aproveitam" da nossa nobreza para usufruir de nossos melhores bens. O direito de viver com qualidade.

Antes, tais portugueses de época, enganavam com pequenos presentes. Hoje, ainda é assim. Muitos dos nossos brasileirinhos são enganados ao voto, com presentes de todo tipo; seja saco de cimento, milheiro de blocos, promessas de emprego, ou ainda promessas de um futuro melhor.
Assim como roubaram a qualidade de vida daqueles pobres índioszinhos lá mil e quinhentos, roubaram e roubam a nossa, dia após dia, hora após hora, noite após noite.

E por tal motivo, é que a minoria manda lá em Brasília, nas câmaras do senado e deputados federais e estaduais, além de vereadores e prefeitos de todo o país, conquistadas através de muita enganação, trambicagens, maracutaais em cima desse povo ingênuo chamado de povo brasileiro.
Para que nos tornemos muito mais fortes do que os "caras pintadas" de uma época, é preciso renunciar esses míseros presentes ou falsas promessas, tituladas de mudança, progresso, etc etc...

Eu, tento acreditar que um dia, ainda que demore, conseguiremos mostrar à esta nova classe de (entre aspas) "portugueses" do colarinho branco, principalmente lá em Brasília, que o povo é o verdadeiro cacique deste mundo de meu Deus.

Não há como negar que, com tanta cara pálida por aí, se dizendo o salvador da saúde, da educação e da fome,.. muito presente ainda vai ser dado. E você, estará entregando o ouro, nas mãos do ladrão que não usa arma, mas sim, uma lábia muito bem armada.

* Poeta, Compositor e Gestor de Marketing.
(Texto publicado no Jornal Diário da Região em 20 de Abril e em vários blogs da região)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Noites sem coração...



A escuridão do tempo
toma por completo o desejo
Move o mundo em lampejos
estraçalham os dias.

À noite passaros não cantam,
flores não dançam, no céu só a luz da lua
anéis sem planetas, meteoros são comentas
estrelas não brilham na face tua.

Se aperta o peito com a dor da ausência perdida
gritas por essa espada que invade
maldita dor que arde
textos sangrentos causador de feridas.

Ante um ser perfeito, imaginário que quem não existia
transforma-se de palhaço do riso
sem casa, lar ou abrigo
um pobre palhaço sem alegria.

E enquanto o dia não amanhecer
Será, tu da noite e a noite será tua
Teus sonhos podem não acontecer
pois o coração sangra enquanto a vida "senta a pua".

[Mário Pires]