quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Colombina eu te amei..."



Tantas folias carnavalescas foram embaladas por esta canção. Tantos amores e dissabores resultaram das peripécias de um pierrô em meio a multidão, com sua fantasia característica de um "malandro" em reverência ao mômo mandão.


Além dessa, tantas outras canções mexeram com os corações de um povo sofrido, alegre e aguerrido, quando se vê livre em meio à avenida, de abadá - antiga mortalha, exclusivas pipocas... verdadeiro folião.

Os sorrisos eufóricos de um amor platônico ao som das marchinhas que se transportaram para uma pequena fobica, que ao passar dos anos, fez a multidão ao seu redor cantarolar "Dodô, Dodô... antes do trio a guitarra ele inventooooou... Osmar, Osmar..o carnaval veio trielitrizar"...

Quanta alegria se perderá por um tempo!

Quando saudade provocará verdadeiros lamentos!

Mesmo que saudosa as belas canções, de uma época sem duplo sentido, onde as músicas tinham algo mais envolvido, coisa no pé do ouvido, repleto de amor e alegria.
Frases perfeitas que se encaixavam ao contidiano da folia momesca.

Vou mais longe ainda, de uma época em que não vivi, mas ouvi, onde as paqueras surgiam da simples brincadeira, do molhar a garota ou garoto, e dalí um olhar romantico moroto, um afago direto, um "pegar de mão" ou quem sabe até um passeio na praça.

As escolas de samba com suas lindas morenas, negras, mulatas, e um rebolado alvoraçado, um tanto sem malícia, mas, provocante, irradiava as ruas ao som das batidas dos surdos, caixas e pratos no meio da euforia alegórica.

E o tempo passou, e a "minha pequena Eva" ganhou o mundo, provocou sensações diversas, exaltou a alegria de quem merecia e necessitava do prazer de viver.
Aqui, na Bahia, celeiro da música da alegria, pai e mãe do axé, que viu do "deboche" de Luiz Caldas exaltando a "nega do cabelo duro", tem na pele, no corpo a diferenciada adrenalina que fascina o restante do mundo.

Saudosamente, minha querida Colombina, um dia vi Marly na Banda Mirage, bela e loiramente cantando arrastando multidões por esta terra a fora.

Terra esta, no passado brasileiramente chamada de "Terra da Alegria", que hoje sofre de melancolia, por sentir a ausencia de tua companhia.

Choras pela falta da estravagancia na emoção, do pular ao teu lado ou atrás do trio elétrico lotado, deixando um beijo na boca de lembrança, nessa "Zorra".. em "mimar você".

Sem muitos arrodeios, utilizo todos os meios pra dizer-te: que feio é ficar sem ti.

Onde quer que estejas minha querida Colombina, "no corredor da história, na Vitória, Lapinha, Caminho de Areia", irei te esperar, e serei para ti um pierrô muito mais feliz.
Só não te esqueces, nem por um triz, óh amada, querida Colombina!... que "eu te amei... mas (ele) não quis".

Até quando houver carnaval!


(*) Mário Pires é poeta, compositor e gestor de marketing.
Escreve em seu blog: http://linhasinversas.blogspot.com/
e no Recanto das Letras Uol:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mariopires

Pensar em ti...










Os tempos passam e as noite também. O ciclo da lua e o alvorecer do novo dia nos possibilita uma longa caminhada entre os ventos e pensamentos.

Em meio a caminhos sinuosos cotidiano, as vezes nos pegamos a refletir na entrega parcial que realizamos, seja ao trabalho, à família, aos amigos, ou até mesmo às pessoas que gostamos.

Um dia, depois que esta ampulheta da vida nos mostra a verdade, somos pegos de supresa pelo tempo que gastamos ao nos dedicar às atividades cotidianas, às pessoas ao seu redor, e percebemos subtamente que gastamos pouco tempo conosco, pensando em si.

Percebemos que nos excluimos do verbo amar, vivendo freneticamente o doar.

Pensamos nos outros; ajudamos o mundo, tentamos fazer felizes as pessoas ao nosso redor, cuidamos dos filhos, celebramos a vida com os amigos, criticamos o inimigo... simplesmente vamos vivemos.

Diante de emocionais pensamentos, somos levados a um túnel vertical onde nossos sorrisos se fecham e a luz do sol se torna em penumbra vazia. Sentimo-nos em silêncio, onde em outros tempos, haviam vozes.

E agora?? o "tudo" que fizemos foi em vão? Usufruimos destes momentos ? Lamentaremos a decisão do destino? Envolveremos torres de circunstâncias em busca do culpado? Ou viveremos a construir um novo momento onde estaremos incluso?

Seja você seu melhor amigo, ainda que o egoismo lhe tome a sensação da amizade compatilhada. Divida-se em partes, mas que a maior parte seja sua, plenamente sua.

Se achares que o tempo que tu permites doar está sendo em vão. Sem coração: tome-o de volta à ti.

Daí por diante, busques, entre a lama, o melhor barro para erguer um novo pote, afim de preenchê-lo com a melhor água do seu rio, e que essa água lhe traga paz e harmonia. Extraindo toda angústia de uma falsa alegria outrora ofegante. Que no seu jardim brotem as melhores flores e que dela surja novas e verdadeiras amizades.

Um dia, aquilo que parecia alegria ou felicidade, irás perceber que não era maldade. Descobrirás que foi verdadeiro, e no futuro será meramente um passado nostáugico.

Doar-se é um verbo e atitude perfeitamente plausivo!

Mas, nunca esqueças de ti.

Pensas em ti primeiro.

[Mário Pires]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Descobrir o que é amar















Descobrir o que é amar
é muito mais do que sentir a dor no peito,
na garganta olhando ao espelho,
das lágrimas escorrendo pela face.

Descobrir o que é amar
é muito mais do que sorrir pelos cantos,
abrir os braços e gritar em prantos
é muito mais do que na chuva dançar.

Descobrir o que é amar
é perceber o verdadeiro estado de espírito...
que nos faz suspirar sem motivo,
que nos faz abnegar o real e viver na ilusão.

Descobrir o que é amar
é nos manter em plena emoção
é viver completamente envolvido,
entre coisas e motivos que afetam o coração.

Sem perceber, descobre-se o que é amar.

E assim, vai amando.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ex-amigo



Como podes chamar ex-amigo
alguém que lhe tem por interesse.
Que te olha por outros caminhos,
que te precisa ante o pão e o vinho.

Como podes chamar ex-amigo
alguém que te oferece o abrigo
e que te demonstra consideração,
mas o abandona em meio a execução.

Como podes chamar
ex-amigo
quem te parecia dócil e sorridente,
quem o definia como forte e eloquente,
e o ignora em atos e atitudes em tempo actual.


Como podes chamar
ex-amigo
alguém que dá a mão quando pedes ajuda,
diante do sol, em meio a chuva,
mas te abstem de poucas palavras.

Como podes chamar
ex-amigo...?

Teu coração custa a descobrir.
Mas em verdade, em verdade vos digo,
não existe "ex"...
pra quem nunca o estimou assim.


[Mário Pires]

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ao amor não correspondido




Quando sentires aquele aperto no peito
E perceber que do amor foi excluído,
Assim: largado perdido,
será reflexo da dor que trás consigo.

Uma dor que não é algo traduzido
sangrando, marcado, ferido,
que não encontra um menor abrigo,
e nem consegue pisar ao chão.

Talvez,
nem mesmo o que eu diga,
vai sarar sua ferida...
vai mudar seu coração.

Dê o tempo ao tempo...
que um novo amor há de bater a sua porta.
De onde vem? Não mais importa!
E desaparecerão a dor e o lamento, que incomoda.

Não se desespere! Espere.
E quando novamente
ouvir os sinos do amor tocar
Seus olhos para outro alguém irá brilhar

Pense...
Será que o amor me pegou de jeito?
Acredite...
sumirás essa dor do teu peito.

Cada dia que amanhece é o momento... é a hora.
Essa mágoa mal resolvida se liberte desde agora
É só uma brincadeira do destino,
Que faz isso pelo mundo a fora.

Sei que vais novamente ouvir
O tão grande e esperado: Eu te amo!
Bem ao pé do ouvido... preste atenção no que eu digo:
Te levará a outros planos!

Um homem com tanto amor pra dar
Nunca fica sozinho
Pois é fácil de se encontrar
Alguém desejando seus carinhos

Talvez ela esteja ao seu lado
E seus olhos ainda não possam perceber
Não gosto de vê-lo assim, meu amigo
Pois sei de sua alegria de viver.

Hoje, triste por uma história que finda
Não lamentes, pois tens bom coração.
Tenha a certeza que você és um príncipe nessa vida,
neste mundo, onde falta compaixão.

Sem que percebas
encontrarás novamente o amor
pode ser plebéia ou uma linda princesa
mas voltarás a ter fervor.

Sem contos de fadas e sem utopias
saibas que a mulher perfeita nunca existirá
Com qualidades e defeitos ame-a todos os dias
Que amor pela vida inteira irás encontrar.

[Mário Pires e Zane Said]

(Poema em parceria poética com
Zane Said - http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/2727122)
Obrigado Zane pela oportunidade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não mais perecer



Do alto da janela
entre núvens e canções
preso em palavras ou grilhões
via o tempo passar.

Cordões em meus braços
mar, rio, espaço ou lago
água zul, barrenta amarelada
brilha sobre a luz dos olhos meus.

Onde o sol se punha
uma luz cintilante escurecia
mostrava-me que o dia jazia
sem os aplausos de quem o mais usufrui.

Na colina sagrada
onde os sonhos não dormem
já não soavam mais as mesmas notas,
não mais perdia-se o sono.

E assim, como o sol que partia e a noite que nascia,
cultivei o tempo...
desejando a todo momento
não mais perecer.

[Mário Pires]

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tenho medo...



Medo da dor, medo do amor
Medo do sabor, medo do calor
Medo da fé, de ficar em pé.

Tenho medo de cair,
Medo de fugir, medo de voltar
Medo de zoar, medo de me queimar.

Medo de beber, de ter você,
de ser você, de querer ser,
Tenho medo de perder!

Tenho medo de lutar,
Tenho medo do escuro,
De subir no muro, em cima dele ficar.

Medo de sorrir, medo de chorar.
Medo de voar, de navegar,
De naufragar, no rio... no mar.

Tenho medo do que se perdeu,
Medo de não ser eu,
De não saber falar.

Enfim... tenho medo.
Mas quem não os tem?


[Mário Pires]

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um novo tempo




Tragam-me os espumantes
brindemos ao novo dia
sorrisos perfeitos, amor no peito
taças de alegria.

Degustemos da paz
que nos faz vivos em liberdade
façamos de nós elementos crus,
ainda que nus, em pura vaidade.

Os céus anunciam a chegada
de um tempo repleto de esperanças
adeus noites sem sono, dias vazios,
bem vindo cores e melodias, perfeita bonança.

Os sons das taças soam em nossos ouvidos
como batias felizes de nosso coração
abraço que não foi dado, sonhos perdidos,
quardam saudades em vírus de emoção.

Sejamos muito mais livres...
ao longo dos "gêmeos" que acabam de nascer
que hajam suspiros mais felizes, e se houver crises
que a força da vitória, esteja com você.

[Mário Pires]