quarta-feira, 4 de outubro de 2017

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Sou...


Sou extrovertido, verdadeiro e chato.
Sou doce, amargo e sincero.
Sou alegria, generosidade e amizade.
Sou amor e justiça quando quero.

Sou coragem, mágoa e perdão.
Inovador, antiquado e careta.
Sou feliz, mistério e gratidão.
Sou fraco, forte, porreta.

Sou música, poesia e versos
Presente, passado e saudade.
Sou poeira cósmica nesse universo.
Sou a dor de quem vive com Intensidade.

(Mário Pires)

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Da saudosa lembrança ao futuro com esperança, Juazeiro,139 anos de cidade.


Por Mário Pires

Antes que o sol raiasse na manhã do 15 de julho de 2017, iluminando as águas do Velho Chico que nos rodeia com sua grandiosidade, força e beleza, os pardais da praça da Igreja Catedral, alvoroçados no pé do Juazeiro que lá está enraizado, já cantavam anunciando um dia de festa, dia de acreditar e celebrar a força de um povo que busca, cada vez mais, ser feliz.

Enquanto as andorinhas bailavam pelo céu, flutuando entre os espaços do vento, buscando nos primeiros raios solares aquecer as penas de suas asas, muitos passavam pela Orla ou pela Av. Adolfo Viana, fazendo caminhada ou indo ao trabalho; muitos também saiam de suas casas nos bairros espalhados pela cidade, dando brilho e o movimento necessário do teu cotidiano.

Um novo tempo de fé, esperanças... um novo tempo de sonhos... de oportunidade de ser cada vez melhor. Um novo tempo nasce para ti, Juazeiro. Terra da Bahia, do Brasil e do mundo. Terra de juazeirenses, de turistas e viajantes; das barquinhas, carrancas... do agronegócio, do caprino e ovino... terra de quem verdadeiramente te ama.

Ao completar 139 anos, teus filhos e filhas, nativos ou adotivos te agradecem pelo prazer de aqui viver e acreditar que tu serás cada vez mais bela. Bela não apenas pelas riquezas naturais, como a Ilha do Fogo, Amélia ou Rodeadouro; ou pelo Roteiro do Vinho que atrai milhares de visitantes o ano inteiro; bela por propiciar ao teu povo um dos melhores sentimentos, o de alegria.

Esta data não é para celebrar apenas o teu aniversário. Celebra também a história de luta daqueles que, um dia, se uniram para fazer de ti uma cidade independente, que encontraram dificuldades, venceram desafios e hoje te vê conhecida mundialmente como uma das cidades de destaque no Vale do São Francisco.

Daqui muitos homens e mulheres ganharam o mundo. Carregam teu nome para onde quer que forem. És berço da música popular brasileira. Da Bossa Nova, o pai, é teu filho. No axé, tens a musa maior. Do esporte, um ilustre filho brilha nos verdes campos da Europa, mas nunca esquece de ti. E os milhares de “anônimos” que diariamente circulam pelas entranhas de tua terra, lutam para que mantenhas a grandeza de tua história.

És, Juazeiro, a lembrança mais saudosa daqueles que viveram no teu passado. De quem brindou no La Barca ou no bar Primavera, de quem curtiu nos Bailes do Hawai, ou festejou em teus antigos carnavais na Apolo ou 28 de Setembro. Mas também, és a alegria e a coragem de quem vive o teu presente, e o melhor sonho de quem busca o teu futuro. Somos todos teus filhos a saudá-la com palmas e o desejo de muito mais sucesso. Na iminência de que os líderes que te acompanham, façam de ti o melhor lugar para sorrir.


E ao findar do dia, quando o pôr do sol chegar, com seus tons de vermelho, amarelo e laranja, promovendo uma imagem deslumbrante para quem admira a tua beleza, ouso imaginar, ao redor dos carreteis da Ponte Presidente Dutra, que te liga a irmã Petrolina, um coro de centenas de pessoas de mãos dadas, celebrando o teu dia, dizendo: Obrigado Juazeiro! Terra querida! Feliz 139 anos de existência! 



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

"memento mori"


Certa feita num antigo mosteiro, um jovem aluno encontrou seu colega muito transtornado e, vendo-o daquela forma, perguntou: - O que houve? Por que estás assim?
- Este mestre já não me serve mais. Estou farto dele. Seguirei meu caminho sozinho ou com alguém que possa completar meus conhecimentos! Respondeu o colega.

Assustado, apressadamente o jovem aluno foi ao encontro de seu mestre, e o saudando com o sinal da paz, disse: - "memento mori", Mestre! Acabo de ver o colega cheio de fúria. Não o reconheci. Como pode, após tantos anos de ensinamentos??

Retribuindo movimento de paz com as mãos unidas, suavemente, ele respondeu: - "carpe diem", nobre aluno. Há lições na vida que muitos não conseguem entender. O respeito para com a sabedoria é algo que nunca deve ser perdido. Enquanto eu o apoiei, incentivei e estive ao seu lado, sem discordar, fui considerado o exemplo... o admirado... o respeitado. Entretanto, após discordar uma, duas, três vezes das suas atitudes, para ele, tornei-me sem valor, perdendo o reconhecimento, e o respeito por todos ensinamentos ofertados de bom coração. Hoje, sou como uma pedra atrapalhando o caminho de um elefante; como um vento contrário cansando o passarinho na sua jornada ou como a correnteza que exige força dos peixes na piracema. Porém, meu jovem aluno, ele não tem a compreensão de que o elefante leva anos para se tornar grande, ter força para superar os seus obstáculos e ser considerado um dos animais mais inteligentes do mundo; também não compreende que é com a força dos ventos contrários que os pássaros aprendem a enfrentar suas limitações e voar belamente pelo céu; e é com a correnteza, nadando contra o rio, que os peixes executam o exercício necessário para o importante processo de reprodução da sua espécie. Ensinamentos que a natureza nos dá dia após dia.

Ainda assustado com a atitude desrespeitosa do seu colega e percebendo um silêncio que o mestre deixou ao concluir a fala, o jovem aluno o questionou: - Mas, mestre, o senhor irá deixá-lo ir?

- Somos livres para fazer nossas escolhas, meu jovem aluno. Mas, também, somos responsáveis por suas consequências. E eu não posso prendê-lo. Que a vida o ensine a ter sabedoria, e que, principalmente, saiba usá-la. Que ensine a ter paciência, para que possas compreender e respeitar seus mestres; e que aumente a fé, para aceitar os desígnios da natureza. Respondeu o mestre.

Em seguida, o mestre saudou seu aluno, dando por encerrado aquele diálogo. - "Memento mori", jovem aluno.

Unindo as mãos e demonstrando ter absorvido o ensinamento ofertado naquele instante, o jovem aluno respondeu - “carpe diem”, mestre.

 Andando pelos corredores do mosteiro, o jovem aluno viu seu colega com um pequeno punhado de roupas, uma porunga e um pouco de comida num pequeno cesto. Aproximou-se do colega, o olhou nos olhos, disse: - “memento mori... memento mori”.  e afastou-se, permitindo que o colega seguisse seu caminho.

Que o texto seja uma reflexão, pois vivemos diariamente escolhendo caminhos, criando e perdendo oportunidades por não compreender e respeitar os ensinamentos da vida.
“carpe diem!”.

Obs.: As expressões “memento moris” e “carpe diem”, segundo pesquisas, era uma forma de saudação, em latim, de antigos mosteiros. “memento moris” significa "lembre-se de que você vai morrer" e “carpe diem” : “aproveite o dia”; Porunga é um Recipiente para armazenar líquido.

* Mário Pires: Escritor, compositor e Gestor de Marketing. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Pra onde eu quero ir

Pra onde quero ir nunca estou sozinho.
Lá tem o som do mar,
o vento a assobiar,
ninhos de passarinho.

Pra onde eu quero ir não tem confusão.
Pessoas simples sorriem do nada;
Pessoas alegres, pessoas amadas;
... Gente de bom coração.

Pra onde eu quero ir
O pôr do sol é uma tela natural.
Energias, vibes positivas
Todas elas: nos livra do mal.

Pra onde eu quero ir o sol brilha o dia inteiro... 
e a noite a lua mostra seu véu.
Relógio ali não tem ponteiro.
Pra mim é o paraíso... mas parece o céu.

(Mário Pires)