quinta-feira, 24 de julho de 2008

Petrolina: a metrópole do Nordeste...

Anualmente, faço um jornal para a Fenagri - Feira Nacional da Agricultura Irrigada, que acontece no Vale do São Francisco. Abaixo, público o editorial que escrevi para o jornal.

Abraços a todos, espero que gostem.





Petrolina: a metrópole do Nordeste

Desde as primeiras plantações, muita coisa se sonhou nesta terra. Petrolina, que nestes dias representa todo o Vale do São Francisco, realizando a 19º edição da Feira Internacional da Agricultura Irrigada - Fenagri 2008, desperta para o mundo, mais uma vez, todo o seu potencial agrícola, atraindo importadores, exportadores, produtores rurais, vinícolas, apreciadores do vinho, enfim, tudo o que existe de agronegócio no Vale, no Brasil e no exterior.

Somada as forças trazidas consigo, nas lutas pela produção diferenciada, pela modernização de produtos e equipamentos, favorecendo a qualidade do fruto e a estruturação do Pólo do Vale do São Francisco, Petrolina vem com toda força e coragem, como uma verdadeira deusa Deméter ou Demetra, que na mitologia grega representa a deusa da agricultura, que ensinou e ensina a seus filhos a cuidar da terra e de suas plantações.

E como eles aprenderam! Aprenderam tanto que hoje, gerações e gerações, traçam caminhos entre plantações de manga, uva e tantos outros frutos que ora tornam-se experimentáveis em projetos irrigados às margens do Velho Chico.
Petrolina, nesses quatro dias de feira, representando todo o Vale do São Francisco, é a nossa metrópole do Nordeste em agricultura. Pois, vivenciará em toda a sua história, um dos melhores momentos realizando a Fenagri 2008.

Além de ter pedido licença à natureza e realizar o evento na Porta do Rio, Orla de Petrolina, a feira representa também os grandes investimentos realizados na fruticultura irrigada da região, tornando-a cada vez mais tão grandiosa.

Novidades estarão expostas, conhecimentos serão disseminados, negócios serão promovidos e satisfações serão obtidas. Assim, é que amplia-se horizontes, conquista-se credibilidade, busca-se desejos e sonhos, passos e pernas, mãos e braços. Um trabalho contínuo de quem produz o ano inteiro, de quem “arregaça” as mangas, e também os melões, as uvas, os abacaxis, as goiabas, as melancias e tantos outros frutos.

Conseguistes Petrolina, a realização de sonhos: o fortalecimento dos projetos, a materialização dos desenhos, a concretização dos objetivos. E isso está explícito em suas ruas, nas suas terras, nos seus filhos, nos seus companheiros de lavoura, roça, fazenda ou plantação. Cabe em ti o orgulho de ser a “metrópole do Nordeste” em agricultura irrigada, pela infra-estrutura projetada, pela força que tens.

Mais uma vez, presente neste grandioso evento, o Jornal Frutificar também vem fazendo a sua história, em sua quarta edição e em sua terceira participação em Fenagri. Mais uma vez, trazemos aqui os desbravadores de terras, que, como braço direito, te ajuda a abrir caminhos por horizontes imensos, fazendo-te construir essa belíssima história de força e determinação.
Queremos parabenizá-la por manter-se firme, por investir e acreditar nesse Pólo produtor e exportador das melhores frutas do país, trazendo tecnologia, conhecimento, entretenimento, diversidade e interação entre culturas, raças e raízes.

Que todos os seus visitantes possam aproveitar tudo que tens a oferecer nestes quatro dias de Fenagri, que possam exibir toda a sua alegria, suas delícias frutíferas, seus produtos diversificados e que, à cima de tudo, estejam felizes por presenciarem o que tens de melhor.
Sucessos Petrolina. Parabéns pela Fenagri 2008.

[Mário Pires]

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Só você faz...




O presente transforma o passado
em coisas que tanto já não dói.

Trovejam os ventos em tempos,
histórias de meninos e meninas
que já não são mais.


Casa de passarinho é um ninho
que só ele constrói.

E o seu futuro??? Só você faz.

[Mário Pires]

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ah! Que saudade...

Prezados amigos, no dia 15 de Julho é aniversário de Juazeiro, cidade que resido e que aprendi a gostar. Para esta data, fui convidado a escrever um artigo para o Jornal Diário da Região, e divulgo abaixo o texto. Espero que gostem.


Ah! Que saudade...

Mário Pires (*)

Natural de Salvador, cheguei a Juazeiro ainda bebê, nos idos de setenta e seis. Sou um filho adotado. Um juazeirense de coração, por que tenho daqui as melhores alegrias e lembranças. E nesses 130 anos, conto um tanto das minhas saudades.

Sob as primeiras reflexões do meu passado, senti a saudade do tempo, ainda criança, com os amigos nadava nas águas do rio São Francisco, atravessando para a Ilha do Country, fazendo disputa de quem chegava primeiro. Lembrei das vezes que ganhei, das que perdi e de todas que me diverti. Ah! Que saudade!

Lembrei de quando, no período Junino, ia para o “pátio da feira” curtir as quadrilhas, ouvir os artistas: Assisão, Amelinha, Alcimar, Sandro Becker cantando em duplo sentido “Selma, sei que tu tem um bichinho”, Clemilda com suas canções engraçadas dizendo “Seu delegado prenda o Tadeu, ele pegou minha imã e...”, Genival Lacerda, entre outros que ficaria pequeno aqui relatar. Ah! Que saudade!

Vem-me à tona também no tempo em que brincava na praça da Bandeira, onde localizava-se o Fórum, correndo pelos jardins, indo e vindo pela Praça Imaculada Conceição, quando na época tinha, no centro da praça, o que chamávamos de ponte, que na realidade era uma passarela sob um pequeno espelho d’água, e corria pela praça a sorrir, cair, chorar, levantar, correr de novo. Sem contar que também ía e vinha da Praça do Jacaré (Aprígio Duarte), onde tinha o bar Ki-sabor e Primavera, atravessando pelo beco do Bar “O Garoto”. Eternos ponto de encontro dos jovens da época. Ah! Que saudade!

Encostar-se ao cais da orla, com suas proteções de tijolos e cimento, todo trabalhado, com estilos de época que caracterizava as riquezas da cultura contemporânea. Ver as crianças se deliciando em mergulhos nas margens do Velho Chico. Assistir a travessia das barquinhas como se fosse algo de outro mundo e sorrir admirado ao vê-la chegar a Petrolina. Ah! Que saudade!

Ainda na orla, no final de tarde e a noite, via os ônibus da empresa São Luiz, com sua frota enfileirada prestes a seguir viagens para Salvador e demais cidades do interior. Logo mais atrás, próximo de onde hoje ficam os bares Bora-bora e Gordo, funcionava o terminal de ônibus coletivo, a sempre Joalina. E os ônibus da época, das duas empresas, lembrando deles agora, me vem o sorriso considerando-os feios e estranhos, mas eram os modelos mais atuais. Ah! Que saudade!

Morava no bairro Country Club, minha família ainda mora lá, e ir ao centro de Juazeiro era como se fossemos ir ao shopping. Pensava: “Nossa fui no centro da cidade”. Dizer aos amigos que tinha ido ao centro, era muito bom. Brincar o carnaval no Country era umas das coisas mais sagradas. Estar com os amigos, dançar o auge do “Deboxe”, com dedinho pra lá e pra cá. Curtir a Banda Mirage, com a loiríssima Marly, arrastando multidões, juntamente com as bandas Ouro e Astral. As músicas tinham mais conteúdo. Ah! Que saudade!

E as pessoas? Naquela época não me parecia ter tanta violência. Podíamos brincar na rua normalmente, chegar mais tarde sem se preocupar tanto. Juazeiro era uma cidade bem mais tranqüila e o tal “desenvolvimento” acabou, literalmente, acabando com essa Paz que existia. Ah! Que saudade!

Politicamente não tenho muito do que falar da época. Era criança e não me envolvia com essas coisas. É, mas eu cresci. E hoje comparando os dois períodos sinto que Juazeiro parecia que iria se tornar uma das melhores cidades do Brasil. Com o tal desenvolvimento as coisas aconteciam fluentemente, mas não sei, ou até sei, onde tudo parou. Enfim, ficamos reféns do tempo. Ah! Que saudade!

É fácil dizer “te amo Juazeiro”. É fácil abraçar as pessoas e dizer “Juazeiro minha terra”. Quando, na verdade, esta terra tem acumulado perdas e sofrimento. Quando na verdade o amor está direcionado a interesses políticos e pessoais. Quando na verdade, o povo iludido, vive à sombra da troca administrativa de um para o outro. Imagino que o prazer de estar no Poder, satisfaça a tantos. E por sentir em minhas lembranças que a época de infância era melhor, e por acreditar que devemos mudar, digo: Ah! Que saudade!

És Juazeiro, em proporção, uma das cidades com mais cadeiras nas Câmaras, estadual e federal, que se unissem forças fariam desta terra abençoada pelas águas mais doces vinda da “Canastra”, um dos melhores lugares pra se viver. Pois se o fosse, teus filhos, Juazeiro, não partiriam daqui para desbravar outras terras. E ficariam aqui para ajudar-te a crescer. Ah! Que saudade, de quando eras olhada com outros olhos.

Nesses seus 130 anos, Juazeiro, muitas declarações de amor surgirão. Muitas palavras de carinho te darão. Reflita! Contemples o teu velho e companheiro “Chico” e busques em teus arquivos as vitorias e derrotas que tivestes. Busque nos sonhos que sonhastes a emoção para tornares ainda mais bela, ainda mais forte, ainda mais desejada. E que tudo ainda por vir, não fique somente em saudades.

Parabéns Juazeiro.

(*) Profissional de Marketing

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Evidência

A evidência de cada ton
movimentando os sentidos,
sutilmente, transforma
em ondas aquosas aquilo
que mais hemostático
tens no corpo.


[Mário Pires]