quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não mais perecer



Do alto da janela
entre núvens e canções
preso em palavras ou grilhões
via o tempo passar.

Cordões em meus braços
mar, rio, espaço ou lago
água zul, barrenta amarelada
brilha sobre a luz dos olhos meus.

Onde o sol se punha
uma luz cintilante escurecia
mostrava-me que o dia jazia
sem os aplausos de quem o mais usufrui.

Na colina sagrada
onde os sonhos não dormem
já não soavam mais as mesmas notas,
não mais perdia-se o sono.

E assim, como o sol que partia e a noite que nascia,
cultivei o tempo...
desejando a todo momento
não mais perecer.

[Mário Pires]

3 comentários:

Jaquelyne Costa disse...

"E assim, como o sol que partia e a noite que nascia,
cultivei o tempo...
desejando a todo momento
não mais perecer."
Lindo demais! Você sabe mesmo tocar lá no fundo...tal qual uma pedra no lago...

Orniliano Ximenes disse...

Essa ficou show de bola!
=D

Anônimo disse...

Parabéns!