sexta-feira, 9 de julho de 2010

Meu mar



Mesmo distante do oceano
minh'alma adere ao balançar das ondas
indo suavemente no vai e vem das espumas
azul celeste, longe do agreste,...
areia o rodeia, em forma de dunas.

Ao admirar sua beleza
de vasta e indescritível imensidão
declaro aos ventos que tu sopras
formo palavras entre portas,
torno-as em uma linda canção.

Teu sal arde em minha boca
e em meu corpo sinto a tua temperatura
lanço braços e braços de um lado a outro
fazendo parte de ti pouco a pouco
numa simples e eterna mistura.

A paz que tu me passas
é como se anjos me carreguem aos céus
sonho com vôos sem ter asas
vulcão te fere quando solta lavas
meu corpo tuna nas águas ao léu.

Me abraça, oh! mar de luz
sem trapaças que a vida conduz
pois sou gota em pingo d'água
árvore que machado ainda resvala
pequeno, carregando sua cruz.


[Mário Pires]

Um comentário:

Jaquelyne Costa disse...

"A paz que tu me passas
é como se anjos me carreguem aos céus
sonho com vôos sem ter asas"

Lindo, Marinho!!
Mas você tem asas sim: asas da Poiesis dentro d'alma!

Beijos