segunda-feira, 7 de abril de 2008

Era tarde



Era tarde quando eu encontrei a lua.
Ela se despedia das estrelas
virava pelas galáxias e acenava
dizendo adeus ao céu.

Eu seus olhos viam-se
o semblante de saudades
e em cada canto do seu esplendor
uma brecha de dor.

Virando-se de costas
com o brilho do sol
a enxer-lhe de luz,
viu-se distante do mundo
e chorou.

Lembrou de cada momento
que fitou a escuridão,
de cada passo que deste noite a dentro,
por caminhos em vão.

Tentou imaginar:
- E se eu pudesse voltar?!

Mas logo caiu-se na verdade,
sem nexo, tempo ou razão,
cheia de maldade pior que crueldade,
mas repleta de noção.

Um cordão, feito a mão,
amarrado numa estrela,
preso a um papel,
em forma de recado dizia:
- voltarei amanhã, mais uma vez.
Deixo um beijo e a saudade
que te guarde por todo o dia.

[Mário Pires]

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigos, por favor, sempre que comentárem, identifiquem-se. Fico Grato.